terça-feira, 27 de maio de 2014

(IN)Perfeição

O que me levaria a escrever a uma hora dessas? Além do pronunciamento da FIFA dizendo que não haverá copa do mundo, algo bem polêmico. Quem falou relacionamento, acertou metade. Apenas a consequência natural dela: A perfeição!
Acho que nada mais sublime do que falar sobre a perfeição. Aquilo que não se encontra defeito, brecha. Sonho? Talvez sim, talvez não. Na verdade o que me instigou a escrever aqui foi uma frase que li num artigo que falava sobre exatamente isso. "A perfeição é monótona". Nossa!
Então a contradição realmente mora ai, nesse contexto. Somos realmente tão ansiosos pela perfeição que acabamos por mistificá-la. Bem, onde quero chegar: no supra sonho do perfeccionismo. O que realmente importa então?
Vejamos outra frase, da banda Vespas Mandarinas, que diz "...tá todo mundo tão preocupado em ser perfeito que no final o que faz falta é o defeito." Complementares, diria.
Buscamos a excelência em outro ser, que no final enjoamos. Aí prevalece aquele dito do "tudo demais enjoa". Então procuramos algo que nunca alcançamos, mas no final estamos realmente procurando aquilo que já temos. Morte por antecipação, diríamos. Na verdade a beleza está em todo lugar, até na feiura. Somos cativados pelo incrível, pelo desconhecido. O Exótico é a bola da vez. Como a frase lá supracitada, a perfeição é monótona. Mulheres não são perfeitas nem homens. Procuramos em cada ser a divergência da nossa essência, para que possamos nos confrontar. Nisso mora o que chamamos de desafio.
Em suma, vivendo à sombra do perfeito, seremos sempre imperfeitos e infelizes. O prefixo não nos deixa mentir: estamos nos sacrificando em vão. Coma. Se engordar, malhe. Não quer malhar, fique assim. Não (a)pague sua existência por algo impossível. Apenas viva e sobre, sobreviva e seja feliz sem o in.
Deixo vocês com o Catatau (Fernando).


Quando você olhar para algum corpo
Que não seja tão perfeito
Olhe direito
Pois cada olhar contém o seu defeito

É estranho, né?
Mas a realidade é que ninguém sabe
O verdadeiro conceito de um preconceito
Já imaginou? Se algum dia no final de tarde
Alguém chegar do seu lado bem devagarzinho
E lhe falar bem baixinho
-Psiu, ei!
-O quanto você é feio!
Você vai chorar?
Você vai cantar?
Vai se rebolar ou pedir pinico?
Não importa, pois o mundo não é perfeito
E nós todos temos o direito
De não sermos bonitos

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