domingo, 22 de junho de 2014

A morte

Reconsidero todos os conceitos volúveis sobre morte. Todos me entristeceram. Mas não uma tristeza trivial e sim uma descontinua. Aquela que nos serve de ponto de referência. A morte é como a vida. Um pedacinho da relutância que é viver. O destino final da viagem, da caminhada. Entristeço-me não por pessoas pensarem no fim e sim por não pensarem na caminhada. Nas paisagens, nos reflexos das coisas no caminho. Nos aparatos da imensidão. Ah como os deuses nos invejam. Inclusive tava assistindo um anime, onde uma pessoal imortal falava da morte e me chamou atenção pelas palavras. Falou que a decorrência de saber que não iremos ficar aqui pro resto da vida é o motivo do ser humano ir à luta. De planejar, de renunciar. De todos os infinitivos que sustentam a nossa mortalidade. De que as pessoas passam e passam e passam...e que vê-las realmente a deixava com inveja. Por que somos tão província a ponto de querer a imortalidade? Somos regidos por motivação pelo desconhecido. Mas também somos movimentados pelo novo. O que seria de nós se apenas vivêssemos sem nenhum propósito? Acho que eu, particularmente, cansaria. Ver todos que amam morrendo e nascendo no moto contínuo não me sugere instiga pela imortalidade.
Na verdade acho que ela existe na nossa vida. Um pequeno espaço para se trabalhar a imensidão: tudo que irá existir terá uma porção de cada um. Então o tudo fica por aí em cada qual. Os pronomes se misturam, se condensam. Corroboram com algo que não existe então, no físico, mas no filosófico. O que se deixa enganar por ser algo não alcançável mas não almejável. As vezes fica confuso falar da morte e da imortalidade sendo coisas antagônicas e ao mesmo tempo dois lados da mesma moeda. Sem troco nem truque, estamos a mercê do inesperado. A morte mora em cada minuto que estamos vivendo. Se alimentando do próximo carnaval, da próxima copa do mundo. Do separatismo carnal, do superego social, da intensão do ali e não do agora. Somos abençoados por não ficar pra sempre aqui: não aguentaríamos nem um segundo a mais que a nossa vida nos permite
Então vivemos enquanto estamos vivos (redundância poética e literal).

segunda-feira, 16 de junho de 2014

sem rés(sentimentos)

Antes de tudo, quero deixar claro que nada é por culpa minha. Não termino aquilo que não começo. Pedir desculpas pra quê?  Tudo é em vão. Nada é pra sempre. Prefiro acreditar no que flui, na corrente incessante da vida. Sou mais eu.
Resolvi não abri mão do meu tempo, da minha hora, das minhas músicas por ninguém. Não sou província a ponto de mentir. Andei meio conflitado com a minha hipocrisia. E envolvi pessoas. Peço a elas que me perdoem, mas não podia seguir: eu sou o que sou.
Pensei nesses dias sobre minha infância-juventude. Tempo que eu me bastava de dois pedaços de tijolo e pelo menos 4 amigos. Se tivessem em número ímpar, haveria a famosa linha-fora. E era tão legal quando íamos ao campo (do massau). Ali parecíamos mais profissionais: traves e chuteiras, muros vizinhos e muito mato ao redor. O que me fazia chorar no máximo era um arranhão no joelho ou um pontapé de algum zagueiro imprudente. Nada além disso. Não ligava (e nem ligo) para meus amigos que se gabavam por serem os maiores pegadores da escola. Eu só queria mesmo que reprisasse Digimon, que o Goku salvasse a terra. Queria que o mesmo me salvasse hoje, com soluções rápidas. Crescer é difícil. A complexidade veio à tona, mais do que um problema de física ou de matemática.
E ainda mais essa prosopopeia que faço dos meus problemas se atenua. A copa do mundo esse mês foi ainda mais nostálgica. Estava jogando bola em 2002 no meio da rua e da chuva domingo de manhã quando vi as pessoas gritando GOL. E também em 2006 no meio da rua quando gritaram "NÃO! Gol da França!". Em 2010 estava mais em casa assistindo e rindo do bolão a qual venci por apostar na galera dos países baixos. Esse ano to mais sozinho do que nunca esperando o desenrolar. Só serviu pra mostrar que a cada ano, a cada copa, vivo mais só. O meu egoísmo está mais vigente então: não quero ninguém por enquanto
A vida está me deixando com a solidão e com ela pretendo estar mais um tempo. Sem rés(sentimento)