segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Eu odeio praia

Sol, calor, curtição...nem vem, esse não sou eu. Sou um murmúrio no meio dos feriados julianos na cidade vazia. Me lembrei agora dos escritos do jedi (hahaha) Gessinger sobre ficar em casa no feriado enquanto todos vão à praia. Dá pra se conhecer melhor tudo o que você acha que sabe que existe mas nunca deu a mínima.
Bem, final de ano, como todo mundo sabe, lá se vão as pessoas curti a praia. Outras vão pro campo (mas essa é outra história...), certo? Mas a maioria vai pra o pior lugar do mundo. Minhas lembranças sobre esse lugar absurdamente grotesco não são as melhores. Pra vocês terem uma ideia, perdi um óculos novinho lá na praia. Putz, foi muita burrice minha querer nadar de óculos (nesse momento todos riem). E nesse dia, que eu acho que foi o dia a qual eu comecei a detestar os lugares com água do mar, ficamos sem suprimentos por falta de cálculo. O David, que era o cara mais chato do mundo e ficava no top 10 da galaxia (mentira, era top 3) tava bêbado e enquanto eu dormia ele jogou terra na minha cara. Como era pequeno, não pude fazer nada. Se fosse hoje também não faria. Sou passivo demais pra brigar por algo. Mas minha vingança veio quando ele queria comer e eu não deixei um sanduíche sequer pra ele. Acho que estávamos na Barra de São Miguel (Porra, São Miguel tem barra?).
Daí pra cá eu traumatizei. Quando os familiares chamavam eu sempre arrumava uma desculpa esfarrapada. "Vou ter que estudar pra uma prova..." ou "Eita domingo eu vou pra casa de um amigo estudar...". Já vai em uns 2 anos bons que eu não vou à praia tomar banho (uns 5 por livre e espontânea vontade).
O legal que eu percebi era que eu era pouco exigente com o ambiente quando era moleque. Nem queria saber se tinha somente "David" na viagem ou na praia, eu queria ir. Gostava da companhia da galera mais velha (a qual minha irmã fazia parte) e sempre tentava chamar atenção. A velha questão da aceitação social. Hoje não, eu nem tenho de fato uma galera da minha rua (as vezes nem saio de casa), a galera da facul nunca foi ( a não ser nos congressos). E é isso, eu prefiro muito mais o sossego da minha solidão do que o barulho da solidão dos outros.
Um retrocesso anunciado? Bem, eu diria um ostracismo sofisticado. Um encontro a luz de velas comigo mesmo. A praia tem o mar, tem outras coisas bonitas. Mas eu sou uma maré. Sou um revés brasileiro: odeio o tropical, ele me inspira alegria demais. E tudo que é demais acaba sobrando. É assim que me sinto na praia, sobrando.
A todos um bom começo de ano, só volto aqui ano que vem...

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