terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Mais ou menos

Já são mais de uma da manhã e eu escrevendo bobagens aqui. Nem é nada sobre os acontecimentos carnavalescos que atormentam os estáticos de plantão. Nem é sobre filme . Na verdade nem sei sobre o que escrever, mas vamos ao que interessa.
Bem, a começar que consegui fazer duas ou três canções esses últimos dias. Fazia tempo que não conseguia juntar a letra e a tal de melodia. Optei pela simplicidade em umas e em outras não consegui, tive que ser incisivo na inteligência Bossa-Nova ou mais ou menos isso. Acho que o que despertou essa inspiração repentina foram duas coisas que são pontuáveis, diga-se de passagem. A primeira delas foi ter lido um texto do excepcional Luís Capucho, no seu blog. Algo sobre a inspiração musical como fonte que não esgota e não avisa quando vai jorrar água. Aquilo me intrigou. No final, ele simplesmente pede pra que ela nunca seque (eu também, por ele e por nós que inventamos de fazer essas coisas). Outra foi ter assistido uns vídeos de entrevistas com o Maurício Pereira. A música desse cara me comove: é algo de simples meio que complexado, por ter algumas jogadinhas que me coçam a cabeça. Vi o clipe da música Fugitivos e prestei mais atenção na letra do que no vídeo, mesmo o Abu filho sendo genial em sua editoração.
Foi aí que lembrei da canção do Phil Veras que se intitula Papo Banal. A frase que deixa claro essa conectividade com o processo é "perco meu tempo fazendo música". Brilhante, uma música que fale sobre fazer música. Bem espelho infinito. Como o ator que atua como ator que atua como ator. Nossa, isso vai longe. Sacadas geniais a parte, fiquei bem inquieto com essas interrogações que me apareceram.
Percebi que a coisa é bem como dizem: deixa maturar e aí de repente a coisa saí. Ou fica lá. Quem vai saber. As vezes pode estar pronta e a gente quer ainda teimar dizendo que falta. Ou as vezes falta e nós nem ligamos pra isso. A graça do risco está aí. Assim como a desgraça do poder não sair legal. O importante é que seu duo trabalhe nisso, que você sinta que aquilo é sincero e que você nem precisa mais jogar algum acorde dissonante. Ou uma frase do tipo "fui a França mas francamente não tinha frangos frios" (risos). Seja mais coração e menos métrica. Mais ou menos como dois lados da moeda falsa do trapaceiro, que nos deu a arte de inventar história cantada. Voilá, temos uma canção? Só quem faz, ou a quem fez, dirá.

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