terça-feira, 14 de abril de 2015

Fora no final de semana

Como é engraçado o tempo. 
Eu queria ter escutado o Neil Young antes, lá no ensino médio quando o Marcão, baixista da Macaco Sabiá me dizia que eu deveria ouvir mais essas paradas. Eu tava muito na vibe Los Hermanos para mudar o foco pro Folk (cacofônico). As vezes flertava com o som dos Pampas com o Gessinger, mas expecionalmente respirava o eixo Amarante-Camelo. E só.
Mas hoje eu acordei com aquela vontade de realmente ouvir com atenção o Velho homem. Coloquei um show dele na BBC de Londres, datada de 1971, a qual já tinha assistido em outros momentos. Bem eu empaquei de novo na primeira música. Out on the weekend (fora no final de semana) me fez pensar, a julgar pelo título, que seria algo sobre farra de um final de semana maluco com os amigos. Que nada. Era exatamente o que eu precisava ouvir de novo. Algo como os primeiros versos dizem sobre sair, se mudar e tentar recomeçar de novo. Eu aparento estar num eterno recomeço. Mas é assim mesmo: sempre somos saudosistas de algum lugar antigo. E como se não bastasse, fazemos parte de uma roda, destas irlandesas mesmo, que giram e giram. Não sabemos onde vamos parar. 
Pois bem, o refrão me soou bem peculiar. Acho que não era pra ser outra hora, mesmo achando que o determinístico é coisa pra quem acredita em cartilha pra se aprender a viver:

Veja o rapaz solitário,
Saindo pro fim de semana
Tentando fazer valer a pena
Não se identifica com a alegria,
Ele tenta falar e
E não consegue começar a dizer

Isso sou eu, saindo com os amigos, amigos de amigos. Sem ser notívago, apenas durante as noites, as madrugadas eu deixo pro sono mesmo. E realmente não me identifico com a alegria. Não consigo ser alegre todo tempo. Fico tentando fazer valer a pena. A culpa não é dos acompanhantes, nem dos locais, que não inspiram nada além de celebrar o momento. Apenas não estou pronto pra me desfazer da minha tristeza aparentemente sem motivo, sem sentido ou direção. Não! Não quero dizer que não procuro minha felicidade; apenas não sou desses que procura em um litro de álcool ou uma tragada a felicidade e toda a explosão vital. Sou mais ser triste
E por onde andava aquele menino que um dia sonhou que era possível mudar tudo ao seu redor ?
Esse continua por aí, as vezes sai no final de semana, nunca se adaptando ao meio. Como o tempo é engraçado a ponto de querer que esse menino hoje seja um homem bem sucedido (o que defino pelo termo capitalista). Enfim, tô fora no final de semana, guys.  

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