domingo, 28 de julho de 2013

Toda alegria com uma tristezinha embrulhada em um papel fino

O que acontece na nossa transição? Bem, pude presenciar o sofrimento de uma pessoa querida que perdeu alguém que ela amava. Na casa, após um abraço longo e apertado, o choro contido. Depois o que vi foram silêncios espalhados em cada canto da casa. Silêncios que gritavam como se proferissem palavras angustiadoras. Me recolhi naquele momento de sórdida tristeza. Observei que nada que pudéssemos dizer no momento confortaria aquela pessoa, minha amiga. E observei as crianças correndo pro lado e pro outro. Ah, como as invejo! São imunes a qualquer tipo de mazela vital, de tristeza sombria. A cada familiar, amigo ou conhecido que vinham dar suas condolências tudo parecia ser como os silêncios gritantes: Era algo de perda misturado com tanta sobra que haveria naquele momento. E se perpetuará por um bom tempo. Mesmo sabendo que nossa vida continua, os que ficam nunca engolem como devia o choque dessa tal "Transição". Alguns minutos de raro sorriso, me pareceram ineptos a assegurar tamanho viés para suprimir a dor. Então escolhi não proferir palavra alguma, só o velho silêncio gritante, pois como diriam Gessinger e Leindecker "Eu tenho Fé na Força do Silêncio".

Escolhi escrever algumas palavras aqui, pois elas de imediato são as únicas que me entendem...Mas nossa vida tem uma alegria embrulhada em um papel fino de tristeza, já diria um certo Millôr Fernandes. Que Deus Console essa minha amiga...

Vivo aquilo que escrevo

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