terça-feira, 18 de março de 2014

Enxame ou Exame

Curioso é como venho criando essas brincadeirinhas com as palavras gêmeas ( a la Millôr, com o supermercado). Esses tais de reco-reco, plaft-pluft (umas recorrências baianas, inclusive). Das formas com que escrevo, a que mais gosto é fazer umas poesias de baratina (Siba, o mestre Ambrósio). Escrever faz parte de todo um processo árduo de se jogar pra fora tudo que se quer que volte pra dentro.

"Crime: Esconder sentimentos. A pena máxima é a solidão. Mas se gerar paradoxo, esconda até não aguentar. Ai depois exploda a vontade e morra. As leis do universo são tolas que te prendem em cinco ou seis versos"

Sentindo falta de como eu simplificava as coisas quando mais jovem. Tudo era um sim pro que era bom e um não pro que era ruim. Tipo viajar pra Brasília com meu pai. A viagem foi tão maluca que lembro apenas de duas partes: a quando sai e a quando fiquei doente já na nossa capital. Instigante era ver as placas, com nomes de cidades com palavras tipo essas do Millôr, gêmeas. Notem que a contradição mora mesmo nas coisas que você deixa de notar (que são boas em grande maioria) por aquelas que são péssimas de recordar (ficar doente na estrada é dose!)

As viagens que andei fazendo nesses quatro últimos anos, em prol da minha formação acadêmica, não me saciaram quanto aquela de Brasilia. Tá, fui com amigos ótimos, conheci lugares novos e gente nova, altas resenhas nos quartos das pousadas (licença adulta pra falar isso) mas a de Brasilia eu nunca vou esquecer por conta de que não tinha nenhum propósito em si. Viajei porque meu pai me chamou e eu estava de férias sem fazer nada. A chatice realmente mora no propósito.

Ainda vou fazer outras viagens, seja com a turma, seja com a banda. Alguns serão sem propósitos, outras terão cara disso, mas serão para algo em um determinado fim. Ai nem se compararão a essa (a de Brasilia).

Vou nessa, antes que o propósito vença a chatice.

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