sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Besouro,

Esses dias aqui no meu quarto tem aparecido uma variedade absurda de besouros diferentes. Não entendo, nada aqui é chamativo (a não ser meu quadro verde). Mas um desses me chamou nitidamente a atenção: um verde que parecia uma folha. Ele caminha de um jeito todo exótico, meio que parece que dá uma passo pra trás mas tá indo pra frente. Hilário.

Ele me foi uma boa companhia, já que o procurei agora e não o encontrei. Deve estar escondido, assim espero. Acho que talvez como a janela estava aberta ele deve ter ido embora, cansou desse enfadonho pedaço de construção.

Me lembrei de um livro aqui do Oscar Wilde, que contava a história do Príncipe Feliz. Resumo: Era uma estátua (Fábula, meus amigos) que conversava com uma andorinha (certo!) e pedia para ela realizar alguns desejos seus, já que ele não podia se locomover (o final quem quiser saber, leia!)

O que tiro de legal dessa história é que o Príncipe era feliz dentro do seu palácio, onde durante toda a vida só conheceu aquele espaço, o seu mundo. Quando morreu, virou estátua e pode testemunhar toda a mazela que cobria seu reino. Abriu os olhos.

Somos assim, se conhecemos a felicidade dentro de um espaço, somos felizes. Se conhecemos algo a mais que o nosso mundo, nossa fortaleza desmorona. A nossa certeza tem limite nas fronteiras do desconhecido. E assim que tem que ser. Para que se não tenha felicidade em tudo, mas nas melhores coisas.

E eu sou um Príncipe Feliz aqui nesse quarto, esse é meu mundo. A andorinha é o besouro verde, nunca mais o encontrei pois foi realizar algum desejo meu, provavelmente o de explorar novos mundos. Já to com saudade desse besouro verde.

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