sábado, 18 de janeiro de 2014

Não esqueça de esquecer seu talento

Me veio repentinamente a ideia de quanto nós, seres vivos, pagamos pau pela beleza alheia (diga-se de passagem, um bem louvável para os feios). Mas ai eu me via a indagar sobre todo esse escarcéu sobre ser feio ou ser bonito. As qualidades imprescindíveis ao homem/mulher moderno. Uma música do Moveis (la vem sarcasmo) que dizia que "se é a imagem como documento, não esqueça de esquecer seu talento". Isso de fato vigora nos nossos dias: O bonitão, saradão como formas estéticas bem "definidas" é o retrato do galã, do conquistador. O cara de óculos, não contendo esses demais adjetivos é o nerd. Nerd tem talento, sabe mexer em computador, manja de matemática ou física, adora ler gibis e demais, toca algum instrumento (não, pera, vocês estão percebendo que estou me descrevendo...).

O valor está em dois lados da mesma moeda. O saradão tem sim suas qualidades físicas, muita das vezes estudou pra aquilo. Muita das vezes nem estudou.

O nerd tem defeitos. Não enxerga bem, come mal. Fala em RPG e Minecraft como ninguém. As mulheres, ao seu ver, lhe odeiam. Estuda mas deveria estar se exercitando.

Vejam que fiz um paralelo entre coisas tão antagônicas mas ao mesmo tempo tão complementares. Caracterizei o modelo masculino por parecer estar em um dos lados da moeda (não sou nerd, affz!)

(outro dia uma lembrança de post no Facebook me chamou a atenção pelo mesmo fato da discussão aqui: sobre como pagodeiros tem fama de pegadores e roqueiros zeradores [essa foi a expressão que usaram])

Entrou na minha mente também pelo fato de que algumas amigas minhas na universidade vire e mexe tocam nesse assunto. Passa um homem bem afeiçoado, tome elogio. Um nerd: tome estereótipo. Uma coisa bem trivial a meninas que estão fadadas ao trivialismo mesmo.

Nunca se quer perguntei a elas se elas me acham atraente. Não sou e nunca fui. Nem serei. Sou tão chato que nem me aturo. Mas convenhamos: sou único naquilo que faço. Não é soberba, é apenas orgulho daquilo que faz as pessoas relacionarem a mim. Música, poesia, textos. Sou feliz pra caramba por pessoas lerem isso aqui e dizerem "nossa, você tem talento!"

Pena que talento é esquecido (não se esqueça). Beleza não. Uma droga então tudo isso.

E então, fiquei esperando tocar a próxima música do Phill "eu não me forço ao amor, eu não me forço. E dessa vez vai dar na mesma, não me importo". Deve ser essa frase encrustada na minha índole que me deixa em solidão integral. Um belo preço a se pagar (risos)

(Ué, será que tem sentido eu reclamar de beleza e de amor?)

Nada disso faz sentido algum. Estética é só pra quem quer ver outra coisa. Eu me vejo como sou, não como os "outros" (ah Sartre, o inferno...) querem que eu seja. E acrescento ainda os Novos Baianos com “vou mostrando como sou e vou sendo como posso” participando desse Mistério do Planeta (mas ando sempre com mais de duas por isso ninguém vê minha sacola...).  

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